Halldór Björnsson, William Connolley and Gavin Schmidt
Late last year, the UK Treasury’s Stern Review of the Economics of Climate Change was released to rapturous reception from all sides of the UK political spectrum (i.e. left and right). Since then it has been subject to significant criticism and debate (for a good listing see Rabbett Run). Much of that discussion has revolved around the economic (and ethical) issues associated with ‘discounting’ (how you weight welfare in the future against welfare today) – particularly Nordhaus’s review. We are not qualified to address those issues, and so have not previously commented.
However, as exemplified by interviews on a recent Radio 4 program (including with our own William Connolley), some questions have involved the science that underlies the economics. We will try and address those.
A la fin de l’an dernier, le Trésor britannique a publié le rapport Stern sur les conséquences économiques du changement climatique, qui a été reçu avec enthousiasme par l’ensemble de la classe politique du Royaume-Uni, c’est à dire la gauche et la droite Depuis, il a fait l’objet de nombreux débats et critiques (voir la liste qu’a établie Rabbett Run). L’essentiel de la discussion a tourné autour des problèmes économiques (et éthiques) associés à “l’actualisation” (c’est-à-dire comment mesurer le bien-être futur à l’aune du bien-être actuel), ce dont traite notamment Nordhaus . Nous ne sommes pas qualifiés pour discuter de ces points, aussi ne les avons-nous pas commentés précédemment.
Toutefois, comme l’illustrent les interviews données lors d’une émission récente de Radio 4 (dont une avec notre William Connolley), certaines questions ont concerné la science qui sous-tend les calculs économiques. Nous allons essayer de les aborder.
No fim do ano passado, o Tesouro britânico publicou o Relatório Stern sobre as conseqüências econômicas das mudanças climáticas, que foi recebido com entusiasmo pelo conjunto da classe política do Reino Unido, isto é a esquerda e a direita. Depois, ele foi objeto de inúmeros debates e críticas (ver a lista que preparou Rabbett Run). O essencial da discussão realizou-se em torno dos problemas econômicos (e éticos) associados à “atualização” (isto é, como medir o bem-estar futuro em comparação ao bem-estar atual) – particularmente o Relatório Nordhaus. Nós não estamos qualificados para comentar estes assuntos, assim como não comentamos no passado.
No entanto, como ilustram as entrevistas concedidas durante um recente programa de Radio
4 (das quais uma com William Connolley), certas questões diziam respeito à ciência que sustenta os cálculos econômicos. Vamos tentar abordá-las a seguir. Ao contrário de um relatório mais antigo da Câmara dos Lordes, Stern não perde tempo tentando trapacear, e essencialmente busca a ciência no relatório do IPCC, com algumas atualizações de trabalhos mais recentes. A maior parte da ciência está resumida no capítulo um, e um leitor casual familiarizado com o relatório IPCC encontrará poucas surpresas em seções que incluem afirmações como “Uma massa esmagadora de evidências científicas indica que o clima da Terra está mudando rapidamente, predominantemente pelo efeito do crescimento dos gases de efeito estufa causado pelas atividades humanas” etc. Entretanto, as possibilidades científicas em Stern são ponderadas de maneira levemente diferente que nos relatórios do IPCC uma vez que, como ele afirma, “os tomadores de decisão devem levar em conta os riscos extremos, além das previsões médias, por que seria muito grave se estes riscos viessem a se materializar” (Stern reply to Byatt et al).
Há três componentes científicas no relatório Stern: a sensibilidade climática, as emissões futuras dos gases de efeito estufa, e os impactos de uma dada mudança, expressas na forma de anomalia de temperatura global por razões de comodidade.
A sensibilidade climática (já discutida aqui anteriormente) foi considerada como provavelmente estando no intervalo de 1.5 a 4.5 C do IPCC TAR, e no intervalo de 2 a 5 C nos modelos utilizados no relatório Stern. No entanto, a probabilidade de valores maiores tem um papel importante no relatório. Especificamente, Meinshausen* (2006) [estabelece] que há “entre 2% a 20% de probabilidade que o aquecimento possa ser maior que 5 C”. Isto é verdade, mas o relatório esquece de mencionar que outros novos estudos (Annan and Hargreaves; Hegerl et al) sugerem que é insignificante a probabilidade que a sensibilidade climática seja superior a 5 C.
A incerteza sobre o aquecimento futuro não se reduz à incerteza sobre a sensibilidade, mas depende também daquela relacionada aos níveis futuros dos gases de efeito estufa (GEE). Existe uma ampla gama de cenários e de estimativas sobre níveis futuros de GEE que são utilizados nos relatórios do IPCC. O cenário utilizado pelo Relatório Stern é o A2, mas neste cenário, os níveis de GEE na segunda metade do século XXI são superiores àqueles do cenário A1b, por exemplo. A questão não é se o cenário A2 é menos sólido que o A1, mas simplesmente que o Relatório Stern escolheu trabalhar com um dos cenários de “fortes emissões”. Além disso, o relatório reconhece também a grande incerteza (mas não claramente quantificável) de feedbacks positivos nas emissões de CO2 e CH4 de origem natural.
Com relação aos impactos das mudanças climáticas, a estória é semelhante: a maior parte dos impactos são declarados mas sua probabilidade de ocorrência é sujeita à debate. Por exemplo: o enfraquecimento da corrente termohalina sob 1 grau de aquecimento, risco de colapso em 3 graus, risco de derretimento irreversível da calota de gelo da Groenlândia para um aquecimento de 2 graus, a elevação dos mares de 5 a 12 metros durante muitos séculos, – estas eventualidades são questionáveis, e deveriam ser consideradas como “o cenário adverso” dentre os possíveis impactos.
Em conclusão: Stern de um modo geral utiliza bem a ciência do clima, mas desvia-se para o lado das estimativas mais impactantes e as utiliza em seu sumário. Este viés altista faz com que o relatório seja vulnerável a acusações de “alarmismo”. O relatório é justo em apontar que os danos e seus custos crescem de maneira desproporcional com o aumento da mudança de temperatura e portanto, dada esta assimetria, os tomadores de decisão têm razão de levá-los em conta. Entretanto, parece que a maior crítica deste relatório será atribuída (em outros foros) à parte econômica.
NB: De modo previsível, alguns dos “céticos” habituais atacaram igualmente a ciência do relatório Stern. No entanto, uma indicação de sua falta fundamental de seriedade é que, quando há realmente importantes incertezas (por exemplo, a probabilidade de que a sensibilidade seja superior àquela geralmente estimada), eles as ignoram para fazer as mesmas repetitivas, desinteressantes e incorretas afirmações que sempre fazem.
*Meinshausen, M. (2006): ‘What does a 2C target mean for greenhouse gas concentrations? A brief analysis based on multi-gas emission pathways and several climate sensitivity uncertainty estimates’ (“O que significa um alvo de +2°C em termos de concentração de gás de efeito estufa? Uma rápida análise fundamentada em caminhos de emissão multi-gás e várias estimativas de incerteza da sensibilidade climática”), Avoiding dangerous climate change (Evitando uma perigosa mudança climática), in H.J. Schellnhuber et al. (eds.), Cambridge: Cambridge University Press, pp. 265 a 280.
[Read more…] about Stern Science
Along with various Seattle business and community leaders, city planners and politicians, a large group of scientists from the University of Washington got a chance to preview the new film, An Inconvenient Truth, last week. The film is about Al Gore’s efforts to educate the public about global warming, with the goal of creating the political will necessary for the United States to take the lead in efforts to lower global carbon emissions. It is an inspiring film, and is decidedly non-partisan in its outlook (though there are a few subtle references to the Bush administration’s lack of leadership on this and other environmental issues).